A fertilização in vitro com a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (FIV/ICSI) é hoje a técnica mais utilizada do Brasil entre as técnicas de reprodução assistida.
A FIV/ICSI é indicada para casais com idade materna acima de 35 anos, mulheres com alterações na ovulação, ou com tubas obstruídas ou mesmo endometriose. Homens com alterações seminais moderadas a graves também têm indicação para a realização da FIV/ICSI.
A FIV/ICSI é considerada uma técnica de alta complexidade, quando os óvulos são captados e fertilizados em ambiente laboratorial.
Portanto, a primeira etapa da FIV/ICSI é a estimulação ovariana controlada, com uso de medicações hormonais que devem ser aplicadas diariamente por alguns dias na paciente. O objetivo do uso destas medicações é estimular os ovários a produzirem vários óvulos maduros em vez de apenas um durante o ciclo menstrual normal. Assim, há um aumento das chances de sucesso da técnica. Durante o período de estimulação, a mulher é monitorada de perto por meio de ultrassonografias e exames de sangue para verificar o desenvolvimento dos folículos ovarianos.
A segunda etapa é a aspiração dos óvulos. Quando os folículos ovarianos atingem o tamanho adequado, uma punção folicular é realizada. Esse procedimento é geralmente feito sob sedação ou anestesia leve para minimizar o desconforto. Usando uma agulha guiada por ultrassom, os óvulos são aspirados dos folículos através da parede vaginal e levados até o laboratório, que irá avaliar o grau de maturidade e qualidade dos óvulos captados. Apenas óvulos considerados maduros são utilizados para o procedimento.
A terceira etapa da FIV/ICSI é a obtenção do sêmen. No mesmo dia da aspiração dos óvulos, o esperma é coletado do parceiro ou de um doador. O esperma do parceiro pode ser obtido por masturbação ou por microcirurgias de aspiração de espermatozoides do epidídimo ou diretamente do testículo. Estes casos de recuperação cirúrgica são indicados quando há ausência dos espermatozoides no sêmen ejaculado. Outra opção é a utilização de sêmen de doador, vindo de um banco de sêmen.
A quarta etapa da FIV/ICSI é a fertilização em si. Neste caso, o embriologista capacitado utiliza um equipamento de micromanipulação para injetar um único espermatozoide diretamente em cada óvulo, para aumentar as taxas de fertilização.
A quinta etapa da FIV/ICSI é o desenvolvimento embrionário após a fertilização. Por até 5 dias, os embriões se desenvolvem no laboratório, em uma placa de plástico especial com meio de cultivo rico em nutriente, dentro de uma incubadora que simula o ambiente uterino. Os embriões são monitorados quanto à qualidade e desenvolvimento celular, a fim de obter informações sobre cada embrião. Caso seja indicado, é durante o desenvolvimento embrionário que é realizada a biópsia do embrião para realização de testes genéticos.
A última etapa da FIV/ICSI é a transferência do embrião de melhor qualidade disponível para o útero. Caso restem embriões de boa qualidade, há o congelamento destes embriões para uma próxima tentativa. A transferência de embriões é realizada por meio de um cateter colocado através do colo do útero e é geralmente indolor.
Duas semanas após a transferência do embrião, é realizado o teste de gestação, e esperamos que você tenha atingido neste momento o seu sonhado positivo!